Este é o mais recente apelo do Projecto Remix: "Precisamos de copos de vidro com pé, chávenas de cerâmica, pratos, caixas de fruta de madeira, bibelôs de cerâmica, rodas de bicicleta, madeiras e tintas (para mobiliário)." Para fazer o quê? "Objetos de design, com base no reaproveitamento de materiais, cuja receita irá beneficiar projetos de intervenção social", explica Ângelo Campota, coordenador da iniciativa que pôs de pé, em julho de 2011, no Bairro do Armador, em Chelas, Lisboa.
Desde então, e sempre com materiais de desperdício, oferecidos ora por particulares ora por empresas, fábricas ou instituições, já conseguiu colocar 21 peças a circular no mercado. Algumas são mais decorativas, outras têm características mais funcionais, mas existe um elo comum entre todas a equipa de cinco pessoas que as produz. Oficialmente, o novo catálogo só vai ser divulgado em março, mas a VISÃO7 já viu de perto alguns dos novos trabalhos, resultantes da estreita colaboração com designers emergentes, marcas e universidades portuguesas, como Alexandra Moura, Susana António, Joana Cabrita Martins, Euridice Conceição, Joana Subtil, Mafalda Fernandes, Vanessa Domingues, UrsoTigre e Universidade de Aveiro.
De Portugal para o mundo
Depois de, no verão passado, a segunda oficina ter aberto na Pena, em Lisboa, onde trabalham as mulheres, mais dedicadas ao ofício da costura, é a vez de levar para a estrada o plano itinerante.
"Uma carrinha estacionará, numa primeira fase, em bairros com necessidade de intervenção social, para dar formação em design social e capacitar equipas técnicas de ferramentas de trabalho ", conta Ângelo. Essa carrinha servirá, também, para disponibilizar, de forma mais eficiente junto da população, os Eco Serviços: por exemplo, quando alguém precisa de um carpinteiro, de um eletricista ou de um pintor, ou quando tem várias cadeiras para estofar mas não quem o faça ou como transportá-las. O Projecto Remix arranja quem execute esses trabalhos, cobrando apenas uma taxa social bastante mais atrativa do que o preço de mercado.
Graças à perseverança de Ângelo Campota, dois dos objetos produzidos no Projecto Remix vão estar à venda além-fronteiras.
A Casa de Pássaros, feita a partir de garrafões de água, voou para a Circa 50, nos Estados Unidos, enquanto o cesto de pele da Poise será comercializado na Eunoia Design Store, no Japão.
Já em janeiro deste ano, o Remix marcou presença em Espanha, na exposição EGOsenso, na Galeria Siluro Concept, em Madrid. Sem dúvida, o começo de uma longa viagem.
PROJECTO REMIX
R. Bento Gonçalves, Lt. 722, Lj. A, Bairro do Armador, Lisboa T. 21 859 0002
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